14 de junho de 2010

Português – a 3ª língua materna do Japão

O português é a 3ª língua materna mais falada no Japão, depois do chinês e do coreano. Quem o diz é Paula Ferreira Santos, directora do Centro Cultural Português/Instituto Camões (CCP/IC) em Tóquio, que dirige desde 2003.

«Os Japoneses são em geral um povo curioso e ávido de novidades. A língua portuguesa é uma das línguas europeias mais procuradas para serem aprendidas. Pelo carácter histórico, o facto de termos sido os primeiros europeus a pisar terras japonesas, pelo seu carácter exótico, não é uma língua tão procurada como o inglês ou o francês, mas o interesse pelas línguas românticas é um facto também», explica Paula Ferreira Santos.

A estes aspectos acresce existir no Japão uma comunidade brasileira de cerca de 300.000 pessoas. Isso faz com que «a língua portuguesa seja a 3ª língua estrangeira materna mais falada no Japão, depois do chinês e do coreano – duas outras grandes comunidades estrangeiras aqui», revela a directora do CCP/IC.

As razões que levam os japoneses a aprender português «variam muito», acrescenta. Vão «desde os adeptos do futebol, aos conhecedores da música, a vontade de viver em Portugal, os interesses pela gastronomia, o genuíno interesse pela língua e cultura portuguesas, etc., e, claro, o desejo de comunicar com os brasileiros que aqui vivem e também o interesse pelas culturas dos outros países da CPLP, nomeadamente o Brasil».

No Japão, existem 6 universidades com departamentos de Estudos Luso-Brasileiros ou apenas de estudos brasileiros, mas todos com a língua portuguesa como base. Existem mais dez com a Língua Portuguesa como opção.

Paula Ferreira Santos estima em cerca de 1.500 o número de alunos universitários que estudam português ou que têm contacto com a língua portuguesa. Nas zonas onde existe grande concentração da comunidade brasileira existem escolas secundárias que têm nos seus currículos o ensino da língua portuguesa.

Para além do interesse dos mais jovens pelo português, também pessoas provenientes de várias áreas profissionais e faixas etárias procuram os cursos de Língua Portuguesa. «Muitos reformados vêem a aprendizagem do português como uma forma de viajar na Europa, nomeadamente nos países do Sul e acalentam ainda o sonho de se reformarem e viver em Portugal».